Há exatamente um ano, o aposentado Sebastião Aparecido Ramos foi assassinado na Rua João Franco de Moraes, no Parque Nossa Senhora das Dores, em frente à sua residência, após sacar dinheiro no banco. Ontem, a família relatou a tristeza que tomou conta do lar e afirmou que, mesmo assim, perdoa o criminoso, ainda não identificado pela Polícia Civil.
A esposa de Sebastião, Aparecida de Fátima de Oliveira Ramos, disse à Gazeta que, nesta semana, em mente, reviveu todos os momentos do dia em que o marido foi assassinado, como se fosse um filme.
A tristeza paira sobre o lar e a família. “Lembro muito bem do dia anterior à morte dele, onde tivemos mais contato. Ele chegou em casa, por volta das 19h30, com peixes que havia ganhado. Me recordo dele na cozinha, limpando os peixes para poder comê-los no dia seguinte”, relembrou.
Aparecida contou que, cerca de 15 dias antes do acontecido, havia lido no jornal que uma mulher, moradora do Residencial Belinha Ometto, foi vítima de saidinha de banco e perdeu R$ 6 mil que havia acabado de retirar. “Ainda cheguei a comentar com Sebastião que, se isso acontecesse comigo, eu morreria só de ver a arma do ladrão. E pensar que dias depois isso aconteceria com o meu marido”, comentou, com lágrimas nos olhos.
Relembre o caso
Por diversas vezes, Aparecida teve vontade de ver a pessoa que matou Sebastião atrás das grades, mas pensar nisso é uma coisa que a deixa mais triste. Ela teme que o assassino seja uma pessoa conhecida. “Por isso, muitas vezes, não quero saber quem foi, pois tenho medo que seja uma pessoa conhecida e que isso me faça sofrer ainda mais”, ressaltou ela, que tenta esquecer para evitar mais sofrimento.
Revivendo o dia de angústia, Aparecida tenta entender como é que isso foi acontecer com alguém de sua família. Porém, ela acha que os ladrões não haviam escolhido Sebastião antes. Foi apenas má sorte. “Acredito que os homens esperavam qualquer pessoa sair do banco com dinheiro sacado para poder roubá-la e Sebastião foi o escolhido”.
Apesar de todo sofrimento vivido por ela, que teve o amor de sua vida levado de forma tão brusca, Aparecida disse que consegue perdoar o assassino. “Sofremos muito com a morte de Sebastião e a pessoa que o matou conseguiu destruir nossa família. Eu o perdoo, no entanto, ele terá que se entender com Deus”, desabafou.
Para aliviar a dor, Aparecida escreve um diário contando a história de sua vida e a de Sebastião. Para ela, é uma maneira de ter o marido por perto. Desde o ocorrido, ela não conseguiu visitar a sepultura.
INVESTIGAÇÕES
Sebastião e sua esposa tinham acabado de sacar R$ 2,5 mil em uma agência bancária do Centro e, ao saírem, foram seguidos por um veículo. Ao chegar em sua residência, o casal foi surpreendido por dois rapazes, um deles armado, que estariam em uma motocicleta. Ao perceber o assalto, Ramos correu e foi baleado nas costas. Fato que qualificou o crime com latrocínio (roubo seguido de morte).
De acordo com policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o crime ainda não foi encerrado. Contudo, não há pistas dos criminosos. “Na época, conseguimos imagens do veículo que perseguiu o casal na Rodovia SP-147/Limeira-Piracicaba. No entanto, mesmo com diversos recursos, não foi possível identificar as placas”, informou um investigador. Atualmente, a DIG espera por denúncias anônimas para encontrar os criminosos.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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