sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Tráfego intenso exige atenção de motociclistas


O tráfego em Limeira virou cenário digno das metrópoles, principalmente nos horários de pico, com excesso de carros e falta de espaço. Nessa disputa, ainda estão as motos, que fazem uso do corredor nas situações mais caóticas.


Com as mudanças propostas para o Código de Trânsito Brasileiro, o artigo 56, que no texto original já previa a proibição do tráfego de motos entre veículos ou entre calçadas e veículos, pode ser validado. Na criação do Código, em 1997, o artigo foi vetado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, por contrariar a agilidade de deslocamento, principal motivo pelo qual a moto é usada.


Nos congestionamentos, ainda que se julgue inviável seguir a lei, a melhor proteção é a atenção, aliada à direção defensiva. “O motociclista deve usar roupas claras para ser visto, além de faixas refletivas no capacete, jaquetas ou baú, se tiver”, orienta o diretor geral e instrutor do Centro de Formação de Condutores (CFC) de Limeira, Fernando Zambom. Na hora da chuva, se não for visto o rastro dos pneus pelo retrovisor, o veículo está aquaplanando, o que é outro risco, sem a adesão dos pneus no chão.


Mesmo em corredores, deve ser obedecida uma distância mínima entre os outros veículos, que podem mudar de faixa sem ver a moto - ou sem que o motociclista reaja a tempo. “Não tem como não andar no corredor. Já faço isso há sete anos e nunca caí”, diz o motociclista Carlos Carlim, 30 anos.


A situação piora com a corrida contra o tempo, feita geralmente por motoboys, como Júlio Passareli, 35. “Hoje em dia precisamos usar mais o corredor, mas tem muita ‘fechada’ de ônibus. Já vi muitos acidentes assim, principalmente quando cruzam sem dar seta”, afirma. Quanto ao hábito (ou falta dele) da seta, Zambom é taxativo: “Em Limeira não se usa a seta mesmo, que é um dos itens que mais reprovam nos testes para habilitação”.

SEGURANÇA E SOLUÇÕES

“O que falta é uma via específica para motos. A disputa por espaço é incômoda, tanto para motociclistas quanto para motoristas”, diz o autônomo Davi dos Santos Rodrigues, 35. Ele, que dirige os dois veículos, já se acidentou de moto em cruzamentos. Zambom concorda que falta local apropriado para veículos de duas rodas, até mesmo em vagas de estacionamentos. Mas em vez do improviso, a segurança é que deve ser levada em conta nos locais e condições de maior risco, como óleo no chão ou iluminação precária. “Para isso, é preciso respeitar a velocidade compatível com os limites da via ou circunstâncias do momento, no caso de congestionamentos”, orienta Zambom. O uso dos faróis é obrigatório durante o dia, tanto para motos como para veículos de transporte coletivo, como ônibus ou vans.


Ultrapassagem sempre pela esquerda, não levar menores de sete anos na garupa, não andar com viseira aberta e andar com as duas mãos no guidão não são só medidas de segurança, o descumprimento é passível de multas. Os retrovisores e regulagem deles são outro fator. “É preciso andar com o original, mas os que se usam são muito pequenos, com regulagem que reduzem a visibilidade”, declara.


A economia proporcionada pelo veículo é um dos fatores do crescimento da frota, mas também dos acidentes. “A procura para habilitação de moto é muito grande. O trânsito vai inchar ainda mais, mas a atitude do condutor é determinante, já que pesquisas mostram que 90% dos acidentes são causados por falha humana”, explica Zambom.


Conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), até maio deste ano havia 11.581.786 motos no Brasil, 137.750 delas em Limeira. No Estado de São Paulo, conforme o Detran, eram 3.701.143 até mês passado. Se o crescimento é irreversível, o senso pode ser crucial para a prevenção de acidentes. “Todo dia é uma oportunidade para aprender”, finaliza o instrutor.

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