quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Profissionais do Ceprosom e educadores são capacitados na área de surdez





Ceprosom - O Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom), por meio do Centro Educacional “João Fischer Sobrinho” - Área Surdez está realizando no dias 25, 26 e 27 de agosto uma capacitação para monitores e professores da rede de educação, das cidades de Limeira e Cordeirópolis, que trabalham com crianças surdas. As palestras são ministradas pela fonoaudióloga Simone Maria Conti e pelas pedagogas Monique de Matos Couto e Angélica Nuernberg que desenvolvem trabalhos no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), do Rio de Janeiro.

O INES é conhecido como Centro de Referência Nacional na área da surdez, com atendimentos para crianças, adolescentes e adultos em fonoaudiologia, orientação familiar, orientação para o trabalho e qualificação profissional, artes plásticas, dança, biblioteca infantil, Língua de Sinais e informática educativa.

A fonoaudióloga Simone garante que a capacitação é fundamental para que o profissional saiba identificar o problema auditivo. “Durante as palestras trocamos experiências e ensinamentos e o profissional tende a assimilar mais fácil o mundo do surdo”, informa.

Simone explica que às vezes o pedagogo não consegue entender o que se passa com a criança surda, por não saber identificar o quadro de surdez. “Muitos professores e pais reclamam que o aluno é desatento e está sempre distante, isso é um dos sintomas da surdez”, afirma.

Diagnóstico

A fonoaudióloga esclarece que há vários tipos de surdez e cita os casos mais comuns: quando existe histórico familiar e quando a mãe tem alguma doença durante a gestação que deixa sequelas, como sífilis ou rubéola. Ela informa ser essencial que os familiares prestem atenção nos sinais que a criança apresenta: não responder quando algum adulto a chama e falta de concentração. “Depois da confirmação da perda de audição, é preciso começar o trabalho de fonoaudiologia e pedagógico o mais rápido possível, para que a criança consiga entender o mundo do ouvinte”, esclarece.

Simone reforça a importância do acompanhamento profissional e as formas de desenvolvimento do surdo. “Para eles, tudo é muito visual, então utilizamos as brincadeiras e atividades lúdicas. Brincamos com o ato de espreguiçar, que é bastante visual e desperta a atenção da criança, e utilizamos a bexiga, que além de trabalhar com as funções respiratórias, atua na sonorização”, comenta.

Para Regina Célia, coordenadora do “João Fisher” – Área Surdez, a capacitação é uma forma de atualização do profissional, e quanto mais preparado, melhor será o atendimento ao usuário e à família. “Sempre há novos estudos sobre o assunto, por isso é importante estar preparado para colocar em prática. É nessas capacitações que aprimoramos a nossa forma de acolher e apoiar as famílias”, afirma.

Teste da Orelhinha

Em 2 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 12.303, que torna obrigatória e gratuita a realização do exame auditivo de Emissões Otoacústicas Evocadas, mais conhecido como teste da orelhinha. Simone informa que o exame é simples e tem a função de diagnosticar problemas auditivos em recém-nascidos. “É importante conscientizar as mães para que façam o teste. Não machuca a criança e contribui para o diagnóstico e o tratamento precoce”, alerta.

O teste da orelhinha é feito nos primeiros dias de vida do bebê, diretamente nos hospitais. O exame consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê. Esse fone emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do recém-nascido produz.

Estudos indicam que um bebê que tenha um diagnóstico precoce e recebe intervenção fonoaudiológica até o seis meses de idade, pode desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte, que não apresenta perda de audição.

“João Fisher” - Área Surdez

A área de atendimento aos surdos do “João Fischer” desenvolve projetos de inclusão da pessoa surda na sociedade, por meio de atividades de integração e desenvolvimento dos sentidos. Com atendimentos nas áreas de terapia ocupacional, fonoaudiologia, pedagogia e assistência social que englobam também a família.

Regina destaca que além desses atendimentos, o local oferece curso de libras para empresas. “É satisfatório quando as empresas nos procuram para aprender a entender o surdo. Representa que as barreiras estão sendo diminuídas e a inclusão está acontecendo”, enaltece.

Fotos: Divulgação

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