quinta-feira, 1 de julho de 2010

Multidão de fãs "acampam" no cinema para estreia de "Eclipse"






Daíza Lacerda - Depois da correria para garantir o ingresso para a estreia de "Eclipse", o terceiro episódio da saga "Crespúsculo", ontem a maratona para a entrada na primeira sessão começou às 8h30. Foi neste horário que a estudante Marcela Cristóvam, 18, chegou ao Shopping Pátio Limeira com um grupo de seis amigos.

"A fila já descia as escadas quando abrimos, às 10h", disse a subgerente do Arcoíris Cinemas, Andréia Ponga. Ela diz que a primeira turma é "exclusiva", já que virou tradição garantir o ínicio da fila. "São sempre os mesmos. Chegam bem cedo e fazem o lanche aqui mesmo, na fila", diz. Meia hora antes da primeira sessão, às 14h, a fila chegava ao piso térreo do shopping.

Uma segunda sala foi aberta para a exibição do filme, devido a procura, aberta sempre após a lotação da primeira. O esquema será adotado nas próximas semanas, já que para a próxima quarta-feira, em que o ingresso é promocional, uma sala já está completa em alguns horários. Febre parecida, segundo Andréia, só aconteceu com a série Harry Potter.

Conforme a matriz do Arcoíris Cinemas, a unidade de Limeira teve 450 ingressos vendidos no dia da estreia do primeiro filme da saga, "Crepúsculo", em 2008. "Lua Nova", que estreou no ano passado, atraiu 1,1 mil espectadores no primeiro dia, na cidade. Para a estreia de ontem, 805 ingressos haviam sido vendidos antecipadamente, num total de 1.250, incluindo outros dias. A rede estima venda 30% maior do que o último filme da saga.

DE FILHOS PARA PAIS

Além de jovens, pais acompanhavam filhos e mesmo adultos foram atraídos pela série, ainda que sem influência da prole. Gritaria, camisetas, posters: o entusiasmo não passou despercebido antes e depois da entrada na sala. E mal haviam sido cheias as salas, já chegavam novos fãs que esperariam para a sessão seguinte, das 16h30. "Vim direto da escola e almocei no shopping. Quero ser a primeira da fila, como no último filme", disse a estudante Pâmela Santana, 15.

A dona de casa Roseli Basso, 45, foi convencida a acompanhar a saga pela filha, que, por sua vez, pegou o gosto com uma amiga. "Os filmes da série são os únicos em que não cochilei. Só estes me atraíram, até porque remetem à minha adolescência, retratando o amor sincero, que nunca acaba", diz Roseli, se referindo ao romance.

ÍDOLOS E TRABALHO

O gosto pela série levou a designer Aline Cruz, 27, a abrir uma loja para os fãs, primeiro virtual e depois física. Ela começou confeccionando uma pulseira como a da protagonista Bella. "Fiz a partir da descrição do livro e coloquei a foto na internet. O interesse foi tanto que passei a importar mais produtos, além dos confeccionados", diz ela, que vende para todo o Brasil e também prestigiou a primeira sessão de ontem. "O novo episódio leva do riso ao choro e os espectadores interagem bastante, principalmente com a aparição dos personagens", disse.

Os clientes se identificam com o gosto em comum, que resultou até em encontros com jovens de outros Estados. "Os fãs da série são fiéis e se comunicam o ano todo até as novas estreias. O interessante é que mesmo os pais comparecem com os filhos nesses encontros", declara.

Ainda que trate de vampiros, fato que também leva pais, sobretudo religiosos, a evitar a série, ela diz que a saga é válida para atrair para a leitura, a exemplo da série Harry Potter. "Tanto que a autora da saga, Sthephenie Meyer, é casada com um pastor mórmon. Além de atrair os jovens para os valores retratados na obra, adultos também se interessam pelo mesmo motivo", completa.

Fotos: Fernando Carvalho

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